Opinión

A aposta necessária na diversificação dos instrumentos de financiamento a pequenas e médias empresas e empreendedores

Bruno Fernández Scrimieri, Conselheiro Delegado da Enisa

Muito se tem escrito e debatido recentemente sobre a tão ansiada recuperação do crédito bancário. E sendo boas notícias, como de facto o são, as que chegam sobre as melhores condições de financiamento das famílias e das empresas, não é menos certo que a economia espanhola continua a padecer de uma fragilidade estrutural, fruto da escassa diversificação das fontes de financiamento disponíveis.

É necessário lembrar que o financiamento bancário representa em Espanha cerca de 80% do total do financiamento às empresas, algo que, por si só, não tem por que pressupor uma dificuldade nas condições económicas normais, mas que se transforma num grave problema em momentos de escassez de crédito em situações de crise como a que temos vivido nos últimos tempos.

O financiamento bancário representa em Espanha cerca de 80% do total do financiamento às empresas

É imprescindível, portanto, continuar a potenciar as vias alternativas de financiamento, uma vez que, em última instância, a capacidade de crescimento sustentável de uma economia depende, entre outros fatores, de poder contar com um setor financeiro desenvolvido, competitivo, especializado e diversificado.

No âmbito público tem sido feito um esforço importante nestes últimos anos para alcançar esse objetivo. Iniciativas como o FondICO Global, para promover a criação de fundos de capital de risco de gestão privada que realizam investimentos em empresas espanholas em todas as suas fases de desenvolvimento, e instituições como o CDTI e a Enisa, entre outras, contribuíram com fundos e instrumentos para fornecer às empresas espanholas novos instrumentos com os quais podem continuar a financiar os seus projetos empresariais.

No cenário atual, no qual a economia espanhola e o financiamento bancário parecem estar a recuperar, cabe perguntar que papel devem continuar a desempenhar as instituições como as mencionadas. Pois bem, no caso da Enisa, especializada em financiamento através do empréstimo participativo, tanto a experiência acumulada ao longo destes últimos anos, nos quais desenvolveu uma metodologia de análise especializada em projetos empresariais de risco; a persistência de imperfeições do mercado no sistema bancário espanhol, que deixa fora dos circuitos de crédito uma percentagem elevada de pequenas e médias empresas; como, por último, o já mencionado peso excessivo que o financiamento bancário continua a ter na nossa economia, fazem com que se apele a esta empresa que continue a desempenhar um papel chave como ferramenta de apoio público às pequenas e médias empresas. Tanto as que, pelo seu grau de maturidade ou perfil de risco dos seus projetos, continuarão a encontrar dificuldades para obter financiamento bancário, quanto as que, com um melhor acesso a esse financiamento, desejem diversificar o seu pool de financiamento, dando entrada noutros instrumentos complementares.

Nas duas últimas décadas, a Enisa consolidou-se como entidade líder na concessão deste tipo de financiamento, concedendo mais de 4.500 empréstimos, num montante de 750 milhões de euros, a mais de 4.200 empresas.

Esses resultados convidam-nos, sem dúvida, a encarar o futuro com otimismo e a intensificar ainda mais, se possível, os nossos esforços para continuar a consolidar a Enisa como empresa de referência no impulso financeiro das pequenas e médias empresas espanholas.

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