Um dos desafios das empresas, atualmente, é aplicar um processo de inovação em todas as suas vertentes. Saber como fazê-lo é tão importante quanto colocá-lo em prática.
Quando uma empresa se depara com a situação de reagir a um mercado que muda muito rapidamente, ou quando quer antecipar-se aos concorrentes que se modernizam, sempre se assinala a importância da inovação e da sua aplicação em todas as áreas da organização. Mas aquilo de que se fala sobre o tema nem sempre é claro acerca do que o mesmo implica.
Inovação é, segundo o Manual Frascati, “a transformação de uma ideia num produto vendável novo ou melhorado, num processo operacional na indústria e no comércio, ou num novo método de serviço social”. É uma necessidade para sobreviver em mercados altamente competitivos, nos quais novas variáveis são constantemente introduzidas, e é fundamental que a empresa não fique ancorada no passado.
Há vários aspetos que devem ser levados em consideração ao comprometer-se com um processo de inovação:
Um dos aspetos mais discutidos atualmente é a importância da inovação ser traduzida numa cultura aberta. Isso também implica contar com fontes externas para ajudar a encontrar estratégias de redução de custos, redefinir papéis internos, aumentar fontes de informação e redes de contacto, aceder a novos mercados e democratizar o processo inovativo.
Esse ponto de redefinição de papéis internos leva a uma organização mais ágil perante a necessidade de adaptação às mudanças do mercado. Aqui entra em jogo o conceito de Holocracia, uma estrutura organizacional horizontal, sem hierarquias marcadas, distribuída em círculos em que cada membro assume um ou vários papéis. E não há problema em combinar capacidades internas com outras alcançadas através da terceirização de algumas funções.
Trata-se de um exemplo de inovação no modelo organizacional da empresa, em resposta ao ambiente VUCA, que é o mesmo que dizer: um ambiente de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade.
Se não deseja alcançar essa reestruturação, deve assumir que a inovação é um importante objetivo estratégico. Se a empresa está constantemente a estudar o mercado para reagir às suas mudanças e se adaptar a elas, a sua cultura deve favorecer uma estratégia de inovação. E deve fazê-lo antes da transformação digital do seu negócio. Esta afeta aspetos como a experiência do cliente e a sua gestão; as vendas e distribuição; o relacionamento com fornecedores; a entrada de modelos de cocriação na inovação de produtos e serviços; enfim, diferentes vertentes da empresa passar a estar muito mais conectados.
A estratégia de inovação deve atingir todos os níveis da empresa. Os gestores precisam de estar prontos para fazer mudanças e devem incentivar os funcionários a ficarem atentos às novidades do mercado e, assim, à frente da concorrência. Eles devem ser recompensados por propor novas ideias, mesmo que sejam um risco, e o feedback deve ser incentivado em cada projeto, apreendendo que foi bem feito e analisando o que falhou.
Além disso, a transformação digital gera novas formas de comunicação e colaboração entre os trabalhadores, que devem adaptar-se a ter um papel mais ativo e a compartilhar informações com outros grupos e departamentos da empresa. No esforço inovador, o capital humano não pode ser deixado de lado, pois a falta de motivação das pessoas pode ser um problema tão grave quanto não prever mudanças no mercado.
Os trabalhadores têm que ver que há um caminho de crescimento para eles na empresa, e que a sua integração na estratégia de inovação também traz benefícios para eles.
