Num mundo onde a tecnologia abriu um vazio de forma rápida e extensiva, a inteligência emocional no trabalho é, para muitos, a chave para que o trabalho humano continue a fazer sentido. As máquinas foram-se incorporando, gradualmente, nos processos produtivos atá ao ponto de não ser necessária a presença de pessoas para controlar alguns deles. No entanto, existem tarefas que as máquinas nunca poderão realizar.
O crescimento do emprego, nos EUA, entre 1980 e 2012 sustentou-se nos trabalhos que requeriam graus relativamente altos de habilidades sociais
Esta é a base principal da inteligência emocional. Este conceito designa as capacidades sociais que unicamente os humanos são capazes de desenvolver dado que não há tecnologia nenhuma que consiga superar essa função humana.
As empresas valorizam, cada vez mais a inteligência emocional. Gradualmente, vai-se reconhecendo a necessidade dos colaboradores possuírem esta habilidade- tanto ao nível dos cargos de direcção como nos postos de trabalho mais básicos- tudo para que as empresas se consigam ligar aos seus colaboradores e poderem optimizar o seu desempenho laboral. Com efeito, a inteligência emocional pode ser treinada e está sempre vinculada a uma atitude positiva.
Em 1990, Peter Salovey e John D. Mayer – considerados os principais investigadores da inteligência emocional – identificaram a gestão dos seus sentimentos com os dos outros como chave principal para que o resultado das acções levadas a cabo fosse o melhor. A teoria é simples: se conseguirmos prever como será a reacção emocional de alguém também podemos modificar a nossa acção para que o resultado seja aquele que esperamos.
Se formos capazes de antecipar como será a reacção emocional de alguém, mais rapidamente poderemos ser capazes de modificar ao nosso comportamento para que o resultado seja aquele que esperamos
Ainda que, à primeira vista, nos pareça um elemento secundário nos processos laborais, a inteligência emocional faz parte do quotidiano das empresas. “ Quase todo o crescimento de emprego/laboral nos EUA, entre 1980 e 2012 baseou-se em trabalhos que requeriam altos graus de habilidades sociais”, pode ler-se num artigo publicado pela jornalista Lívia Gershon publicado na revista anglo-saxónica Aeon.
A inteligência emocional – bem ou mal empregada – é uma constante no mundo laboral. Trabalhos relacionados com áreas como a medicina, o cuidado geriátrico ou o ensino são alguns dos cargos que requerem mais esta habilidade, mas, em qualquer emprego e ambiente profissional são sempre necessárias estas capacidades de gestão emocional.
Mantendo-nos à margem da discussão clássica entre homens e mulheres, diferentes estudos demonstraram que as capacidades humanas não são, de facto, iguais entre os géneros. Trabalhos de campo e sondagens levadas a cabo para a realização desta análise deixaram bem claro que o colectivo feminino e masculino não respondia de igual forma perante cenários distintos a que foram expostos os dois géneros.
Como regra geral e tendo sempre em conta que há excepções, as mulheres mostraram-se mais propensas a solucionar conflitos utilizando as chamadas ‘soft skills’ ou ‘habilidades sociais’: procuravam atingir o objectivo proposto cooperando com os outros colaboradores e mostravam-se, também, altamente qualificadas para interagir. Os homens, por seu lado, eram mais propensos a actuar de forma independente e não mostravam empatia com as pessoas que se encontravam consigo. E, na verdade, a empatia converteu-se em uma fonte de valor acrescentado para as empresas (a empatia converteu-se numa fonte de rendas para as empresas). Daí que a inteligência emocional e a atitude positiva sejam valores importantíssimos para aqueles que lideram o departamento de Recursos Humanos.