Opinión

Sobre a crise e a pós-crise da Covid-19: A reflexão

Parte 2: A reflexão

(Leia a primeira parte aqui)

Um período de isolamento e de estado de emergência, como o relativo ao Covid-19, pode ser uma oportunidade para o indivíduo refletir sobre a situação envolvente, as suas causas e as soluções desejáveis, bem como para aproveitar para fazer um certo balanço da sua vida. Guardar diariamente para si dez ou quinze minutos, para relaxar e meditar um pouco, utilizando o método que preferir dos muitos disponíveis; mas procurando conhecer-se melhor, em toda a sua dimensão. Será apropriado ponderar onde está, de onde vem e para onde vai. Para onde vai em termos de tendência e também para onde será mais importante ir, da forma mais útil para si, mais útil para os outros e mais útil para o Todo. Perceber o que deverá corrigir em si para melhor progredir; e como se manter paciente e persistentemente focado nisso, até conseguir.

Vale a pena ponderar nas razões desta pandemia, desde as mais diretas às mais profundas

É desejável traçar objetivos de melhoria ou de autoaperfeiçoamento e criar o hábito de, diariamente, analisar se nas últimas vinte e quatro horas teve um comportamento alinhado com esses objetivos ou se, pelo contrário, teve atitudes dissonantes, de que se envergonhe ou arrependa. E, neste caso, procurar perceber porque falhou, o que provocou isso e, sobretudo, como fazer nas próximas vinte e quatro horas para se manter de acordo com o seu percurso de autoaperfeiçoamento. E repetir o exercício todos os dias, nunca desanimando pelo aparecimento de obstáculos ou pelas falhas pessoais, antes sempre se remotivando com as pequenas ou grandes conquistas e colocando toda a energia possível ao serviço da sua trajetória evolutiva.

Talvez seja desejável que a presente crise marque uma nova Era, em que os seres humanos se assumam em toda a sua plenitude física e espiritual

Vale a pena ponderar nas razões desta pandemia, desde as mais diretas às mais profundas. O porquê da embriaguez hipermaterialista da humanidade em geral e dos hábitos alimentares exóticos de animais selvagens, sacrificados em mercados públicos, sem quaisquer condições de higiene. O porquê da ausência de consensos em torno de medidas que beneficiem a humanidade em geral, desde a limitação e/ou proibição da comercialização de armas bélicas, passando por medidas de defesa do ambiente, até medidas preventivas e/ou soluções terapêuticas para uma pandemia do tipo da atual, há muito prevista pelos peritos do setor. O porquê da falta de discernimento político em grandes e em pequenos países, por parte dos seus governantes e de quem os elege, sem definirem políticas e estratégias que previnam crises como a que estamos a viver. O porquê de sermos todos tão semelhantes perante um mero coronavírus.

Luís Portela, Chairman da BIAL

Mas também o porquê da perspetiva egoísta e demasiado focada no seu ego, por parte de tantas e tantas pessoas no planeta, muitas vezes procurando sobressair, exaltar-se, mostrar-se, ser melhor que os outros, esquecendo a verdadeira essência de si próprio e de todos os que nos rodeiam, afinal iguais, pequenas partículas do Todo Universal, absolutamente iguais em essência. Esquecendo que estamos todos interligados e que o que afeta um ser humano tem algum efeito – ainda que muito pequeno – em todos os outros. Esquecendo que a verdadeira felicidade não está em receber (muito menos em acumular, açambarcar, desviar ou roubar), mas em dar, em ser útil aos outros e a si próprio. Dar e dar-se, apoiando tudo e todos, numa postura solidária, de harmonia crescente, de Amor Universal.

Ponderando, talvez seja desejável que a presente crise marque uma nova Era, em que os seres humanos se assumam em toda a sua plenitude física e espiritual, percebendo as vantagens de se focarem nos valores universais e a felicidade de os assumirem definitivamente. Em harmonia consigo próprios, com os outros e com a natureza. Deixando para trás vaidades, ganâncias, invejas e guerras. Vivendo com inteligência e sabedoria, procurando eficácia, eficiência e verdadeira utilidade, num contexto de compreensão, tolerância e solidariedade mútuas. Alcandorando-se a si próprios e ao planeta a um nível evolutivo mais elevado, profundamente imbuídos do Amor Universal.

Leia a primeira parte aqui

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