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Visão do CEO: o processo de digitalização das empresas

Segundo os estudos mais recentes, a inovação tecnológica e a digitalização das empresas vão dominar as agendas dos CEOs. Sabemos, no entanto, que os desafios impostos pela complexidade do mundo dos negócios, atualmente, impõe uma revisão estratégica, uma redefinição de prioridades e uma acentuada cooperação entre as chefias e os restantes departamentos. Através das perspetivas de líderes das empresas associadas da APD Portugal, apuramos os pontos chave que as opiniões especializadas consideram ser determinantes para a liderança das organizações.

Processo de digitalização das empresas: como marcar a diferença ?

Num panorama em que os obstáculos ao crescimento e os desafios da gestão de recursos humanos são tão assinaláveis, importa perceber como é que um bom líder pode marcar a diferença. Licínio Nunes, administrador da Saint Gobain Portugal, defende que, para se continuar a promover o êxito e a excelência, os CEOs precisam de manter-se ativos e criativos, com uma visão atualizada dos negócios e das relações. E a diferença será marcada, cada vez mais, pela correta e produtiva implementação de plataformas e sistemas de dados, de partilha de informação e de captação e retenção de talento “fora da caixa”.

Nas palavras de Nunes, “o imobilismo e a inércia serão fatais” para quem não estiver preparado para colocar em causa as suas capacidades e trabalhar numa rota de melhoria constante.

Marcará a diferença o CEO e a organização que for capaz de implementar plataformas e sistemas de dados, de partilha de informação e de captação de cérebros que desafiem o estatuído

As soluções do passado já não servem ao líder de hoje. Os modelos que agora vigoram tornaram-se regra, mas continuam frescos e recentes, com impactos ainda difíceis de analisar em profundidade. Se, antes, era na formação que se encontravam formas de resolver as problemáticas previstas, a pandemia também obrigou a que se encontrassem formatos de resolução, que encaixassem nas diferentes dinâmicas empresariais, face a obstáculos imprevisíveis.

Assim sendo, o novo perfil de CEO exige a capacidade de lidar com o imprevisto, ao mesmo tempo que mantém o foco no bem-estar das pessoas e na sanidade da cultural organizacional. E este é um resultado para o qual a aplicação de inovações tecnológicas, atuais e futuras, bem como de sistemas de trabalho novos, mais flexíveis e adaptáveis, contribui fortemente. A digitalização das empresas é incontornável e, a médio-longo prazo, representa um fator de grande crescimento e robustez operacional.

Tiago Borges, CEO da TBFiles, deixa, porém, a ressalva de que a tecnologia não garante a produção de resultados por si só. É necessário que seja gerida e trabalhada pelo talento humano para que possa assegurar o sucesso; sendo que, hoje em dia, as empresas não conseguem funcionar se, pelo menos, uma dessas duas condições não estiverem garantidas.

Quanto a marcar a diferença, o gestor não tem qualquer dúvida que são as características humanas que possibilitam essa habilidade. E o papel do líder passa muito pela capacidade de saber ler o talento que tem (ou não) à sua disposição, bem como a gestão e combinação desse talento para que produza os melhores resultados a cada momento.

digitalização das empresas

Sempre foi o engenho, a criatividade, o empreendedorismo, a empatia, a inteligência emocional, o carisma e o rigor a fazer com que os profissionais se distinguissem e diferenciassem uns dos outros.”

Os desafios do processo de digitalização das empresas

Perante todas as mudanças e grandes transformações vigentes, Borges considera que o desconforto deve ser encarado como algo normal. A digitalização e a desmaterialização de relações, com a enorme abertura e disponibilização de conhecimento, é um processo exigente para as pessoas, principalmente no contexto laboral. Por isso, “o maior desafio de um líder é o de conseguir energizar a sua equipa”, para que todos queiram fazer parte da jornada e percebam os benefícios da mesma.

No caso específico da TBFiles, sendo uma empresa tecnológica que vive no centro da transformação digital, enquanto agente promotor da digitalização das empresas junto dos seus clientes, as alterações são vividas com grande naturalidade, garante o CEO. A normalização desse processo de mudança pode estar significativamente relacionada com o facto de este não ser imposto externamente, como acontece com a grande maioria das empresas.

Tiago Borges defende que a mudança não acontece por decreto; deve ser desejada e ambicionada pela empresa. E para garantir o sucesso das implementações necessárias, é essencial que haja um grande envolvimento da estrutura, da base até ao topo, até porque “é a partir da base que se fazem as grandes mudanças”. Nesse sentido, podemos afirmar que a missão do CEO se torna ainda mais determinante no momento atual. A concretização das transformações depende diretamente das equipas e da sua adaptabilidade, mas o estímulo pelas mudanças reais da organização deve partir da liderança.

O administrador da Saint Gobain Portugal ressalva, por outro lado, que os CEO’s de hoje têm que ser pessoas preparadas, abertas ao conhecimento tecnológico e em constante formação e captação de competências. O grande desafio passa, portanto, pela exigência e pelas prioridades que estes gestores precisam de saber fomentar junto dos recursos humanos da empresa. É preciso que as equipas estejam preparadas para antecipar o futuro e criar novas abordagens, “quer nos negócios, nos meios de controlo da produção e de qualidade, nas relações interpessoais, na fruição de espaços partilhados e na utilização de equipamentos”.

Hoje, as informações estão suportadas em novas bases de dados que são virtuais. Existem inúmeros exemplos de empresas que eram líderes no final do século passado e que, atualmente, já não existem. Para Licínio Nunes, esta é uma das provas do quão rápida foi a transformação que a era digital veio introduzir. Os cursos superiores com maior saída no mercado de trabalho estão indubitavelmente relacionados com essa nova forma de fazer negócios e de organizar as estruturas internas.

Outro dos desafios prende-se, na visão de Nunes, com a segurança dos sistemas. Por isso, e como o Grupo Saint Gobain tem vindo a promover nas suas estruturas locais e internacionais, o administrador defende que a globalização e popularidade destas novas tecnologias não tem que ser um fator de vulnerabilidade. Os ataques informáticos são uma ameaça séria, capaz de paralisar a atividade das empresas, pelo que a interação e implementação de níveis de segurança se afigura como preponderante.

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