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Automação e o futuro do emprego: soft skills e aprendizagem ao longo da vida

Não há dúvidas de que a Inteligência Artificial vai tornar os processos mais eficientes e aumentar a produtividade nas empresas. No entanto, ainda há muitos que questionam se conseguiremos manter um equilíbrio entre a automação e o futuro do emprego. Uma vez integrada a automação do trabalho, vai transformar completamente as habilidades profissionais? Será responsável por modelos de negócio verdadeiramente competitivos? Significará o fim dos perfis humanos?

Automação do trabalho: um fenómeno imparável

A automação do trabalho implica a transferência de determinadas tarefas de produção da empresa, de forma a otimizar e aumentar a qualidade e rapidez da produção em série. Assim, os operadores deixam de realizá-las para fazer parte das ordens dadas aos elementos tecnológicos.

Não há dúvida de que o fenómeno da automação de processos, especialmente nas fábricas, é imparável. De acordo com a International Federation of Robotics, a liderança desse ranking é ocupada pela Singapura, pela República da Coreia, pelo Japão, pela Alemanha e pela Suécia (dados de 2019).

 

Devemos, então, temer pelos nossos empregos? Os especialistas insistem: não.

“Falar sobre automação e Inteligência Artificial já não é uma novidade; é uma realidade. Aliás, a automação no local de trabalho existe desde a primeira revolução industrial. Mas agora o software inteligente e a robótica avançam a um ritmo vertiginoso, incomparável às revoluções passadas”, alerta Elena Giménez, Diretora da Speexx Espanha.

Chega de medos. Diante desse novo cenário, que transforma as formas de trabalho para além da manufatura industrial, devemos olhar para os aspetos que são positivos para os trabalhadores. E são muitos mais do que pensamos.

“Devemos pensar que, justamente graças à automação, hoje os profissionais de qualquer organização podem focar-se no aprimoramento de habilidades como a comunicação, a negociação, a resiliência, a colaboração, etc.”, lembra a especialista. Competências que são e serão muito mais necessárias do que fazer um trabalho robótico. Ou não?

Soft skills, essenciais para os empregos do futuro

À medida que a tecnologia inteligente automatiza o papel de colaboradores com tarefas mais repetitivas e administrativas, mesmo de perfis com responsabilidade de equipa, novos perfis de colaboradores estão a surgir.

“Novos perfis profissionais para os quais as chamadas soft skills serão importantes desde o início: da entrevista à integração”, explica Roberto Martín, Head and Digital Marketing & Growth da Speexx.

Além disso, estamos a falar de competências que já estão incorporadas nos processos seletivos de algumas das mais importantes empresas do mundo, “até acima de títulos ou qualificações académicas”. O que são essas soft skills?

Habilidades ‘humanas’ na era da máquina

A Speexx aponta algumas das principais habilidades, cuja essência é puramente humana, de que precisaremos para sobreviver (no trabalho) na era da máquina.

  • Flexibilidade, agilidade e adaptação às mudanças;
  • Gestão do tempo e capacidade de priorizar;
  • Capacidade de trabalhar efetivamente em ambientes de equipa;
  • Idiomas, “seja o idioma dos negócios (inglês) ou aquele em que a empresa opera internacionalmente”.

Não é algo novo. Mas, agora, o clássico “nível intermédio” desaparece dos currículos.

Até recentemente, o tema do domínio de uma segunda língua era considerado um “nice to have” (no mundo anglo-saxónico) ou “preferencial” (no panorama português). “Hoje, tanto em grandes organizações globais quanto em startups, habilidades de comunicação noutro idioma podem fazer a diferença”, alertam os especialistas da Speexx.

Automação e o conceito de aprendizagem ao longo da vida

Se as competências mais exigidas do futuro (já no presente) giram em torno da atitude, comunicação e adaptação a um mundo em constante mudança, as prioridades das empresas irão mudar, nos próximos anos, ao incorporar a automação do trabalho?

Embora a resposta a essa pergunta possa ser distinta, segundo o contexto de cada organização, começa a ganhar destaque um conceito que já marca os profissionais: a capacidade de continuar a aprender.

Estamos a entrar na era da aprendizagem ao longo da vida. O mesmo será dizer, a era do compromisso com a aprendizagem contínua e do compromisso dos profissionais e empresas com a aprendizagem ao longo da vida.

O poder do conhecimento

O grande desafio da automação? Adquirir o prazer do conhecimento. Os decisores procuram talentos capazes de adquirir novas habilidades que os ajudem — e às suas empresas — a sobreviver num ambiente de constante mudança.

O problema, longe do medo de que os robôs roubem os nossos empregos, é não saber quais são as habilidades que precisamos de adquirir. E essa indeterminação paralisa a evolução de muitas empresas diante do futuro da automação.

Roberto Martín recomenda:

O melhor é ter uma abordagem transparente, criar um ambiente de oferta e procura de conhecimento, onde os funcionários saibam quais as habilidades que estão em demanda e por que são importantes para o sucesso do negócio.”

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