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José Gonçalves defende o valor 360.º nas empresas – CEO Discussions

O presidente da Accenture Portugal, José Gonçalves, foi o orador convidado da terceira sessão do ciclo CEO Discussions, subordinada ao tema corporate value. O Teatro Thalia, em Lisboa, foi o palco escolhido para este almoço-debate, que contou com o patrocínio do El Corte Inglés, da KMPG, da Endesa e da Nortempo.

Perante uma audiência composta por altos dirigentes empresariais, José Gonçalves centrou a sua exposição na importância do conceito em discussão, particularmente na sua definição a 360.º. Na prática, é algo que exige o foco dos gestores em questões como a inclusão e a diversidade, o reskilling e o upskilling, a sustentabilidade e a inovação, num momento em que o mundo se tornou mais digital e mais ágil. Durante a sua oratória, repetiu várias vezes que “ninguém pode ficar para trás”, apelando ao envolvimento das organizações com as suas pessoas, não só por considerar tratar-se de uma responsabilidade social, como, também, porque não existe talento suficiente para os desafios que se colocam.

A estruturação do conceito de valor 360.º precisa de estar organizada para ser entendida. Neste caso, falamos de uma abordagem holística e abrangente àquilo que é o valor. As vertentes que o compõem, segundo José Gonçalves, são:

  1. Componente financeira. Ter lucros é uma coisa positiva, mas sempre quando esses lucros são utilizados para criar valor 360.º e para reinvestir num conjunto de componentes essenciais. E, já agora, para dar o retorno aos acionistas, que correram riscos ao investir. É, porém, um fator redutor, pois precisa de vir acompanhado de outros fatores.
  2. Experiência. As pessoas devem sentir-se bem com aquilo que fazem profissionalmente. E isso vai além dos colaboradores, porque as empresas de hoje só têm sucesso se cultivarem parcerias de valor.
  3. Sustentabilidade. Só há um planeta e, enquanto cidadãos corporativos, “temos que cuidar dele e tratar das futuras gerações”. Além disso, há pessoas que vivem na pobreza e as organizações têm a obrigação de contribuir para esse combate e apoiar na tentativa de que ninguém fique para trás. Depois, a governance, e para resumi-la José Gonçalves relembra um dos motes da Accenture – “walk the talk” ( aquilo que se diz é aquilo que se faz); tudo com transparência.
  4. Talento. É preciso desenvolver as pessoas e qualificá-las para o novo mundo, com o reskilling e upskilling.
  5. Inclusão e diversidade. Sem estes dois elementos, não há sucesso.  Na diversidade, o desafio é muito maior na liderança. Hoje, já existe um bom equilíbrio de género, entre homens e mulheres, mas há outros pontos. E, se observamos atentamente o cenário português, qual a quantidade de mulheres CEO nas nossas empresas? E nos Conselhos de Administração? São poucas. A conquista destes parâmetros vão diferenciar as empresas e enriquecer as discussões e debates.
  6. Custom. É preciso mais agilidade e maior eficácia na criação de soluções digitais e de cibersegurança.

Não há nenhuma empresa que tenha sucesso no mercado sem parcerias ao seu lado a complementar a sua oferta.”

valor 360.º

Três fatores decisivos para o valor 360.º

TALENTO

A Accenture realiza centenas de entrevistas por ano e é uma “grande recrutadora de talento qualificado: 80% das pessoas têm mais do que licenciatura”. Muitas das questões que os candidatos colocam relacionam-se com os valores e o propósito da empresa, bem como a experiência profissional que poderão vir a ter, a progressão de carreira, o interesse do projeto e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

José Gonçalves realça que, hoje em dia, as empresas mais bem-sucedidas no recrutamento, que mais se verificam atrativas para os candidatos, são aquelas que contribuem ativamente para um mundo melhor.

Pessoas que se sentem melhor com elas próprias e que se sentem reconhecidas vão ter uma melhor performance.”

CLIENTES

Atualmente, os clientes têm rankings sobre quais são os parceiros e fornecedores que melhor cumprem as metas de ESG. E é algo natural, uma vez que eles próprios querem desenvolver negócios responsáveis, o que significa que exigem dos seus parceiros uma mesma conduta. Portanto, sem esse investimento nas componentes ambiental, social e de governança, as organizações não conseguem captar os melhores clientes.

INVESTIDORES

Em que tipo de empresas estão a ser feitos os maiores investimentos? Nas empresas líderes de ESG, “que estão na transição energética e que fazem parte da mudança do mundo”. O presidente da Accenture Portugal faz questão de exemplificar com o caso da EDP Renováveis, que, enquanto subunidade de negócio da EDP,  teoricamente, deveria valer menos em termos de market capital do que a empresa-mãe, mas verifica-se precisamente o contrário.

Este exemplo mostra que as pessoas querem investir dinheiro em empresas que estejam a trabalhar, ativamente, para fazer do planeta um lugar melhor, onde se vive melhor.

José Gonçalves remata com a conclusão de não conhece nenhuma empresa de sucesso que não se esforce para contratar o melhor talento, para captar os melhores clientes e para garantir o seu capital. Se, dantes, estas questões eram vistas como algo positivo e diferenciador a fazer, porque se alinhavam com os valores básicos da Humanidade, hoje em dia são vistas como verdadeiras obrigações.

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