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O que fazer e o que não fazer antes de chegar à insolvência empresarial?

A insolvência empresarial é a situação jurídica em que incorre um empresário que não consegue cumprir os seus pagamentos. Pode dizer-se que é a maior preocupação e o principal desafio de quem se coloca à frente de uma empresa. Para evitá-lo, é fundamental uma boa gestão e controlo das finanças empresariais, principalmente em tempos de crise, como os atuais.

Medidas preventivas para evitar a insolvência empresarial

Segundo o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), lançado pelo Banco de Portugal em parceria com o Instituto Nacional de Estatística, 62% das empresas nacionais registaram uma redução no volume de negócios na 1.ª quinzena de fevereiro (face ao registado no mesmo período do ano anterior). Na primeira quinzena de abril de 2020, esse valor estava nos 81%.

Admitindo o controlo efetivo da pandemia em 2021, 32% das empresas consideram que o volume de negócios voltará ao normal num intervalo médio de 10,1 meses. Por outro lado, 10% das empresas consideram que não vão voltar ao nível normal. Como vivemos num período de particular incerteza e instabilidade para as organizações, os gestores e empresários devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar extremos de turbulência financeira. Para isso, há algumas medidas preventivas que podem ajudar.

Avaliação da lucratividade do negócio

A crise económica, derivada da sanitária, expôs a má gestão de muitas empresas. Os que não conseguiram cumprir os seus compromissos de pagamento não podem culpar ​​apenas a situação externa. A falta de previsão financeira também desempenha um papel importante e agrava as consequências negativas.

Portanto, o primeiro passo para perceber se um negócio pode ser salvo é saber se ele é lucrativo ou não. Mais importante, é preciso avaliar se ele se pode tornar lucrativo após uma série de ajustes em vários níveis (Recursos Humanos, despesas, faturação, etc.).

Controlo exaustivo das contas

Um bom plano de viabilidade é uma das formas mais eficazes de prevenir a insolvência, sejam quais forem as circunstâncias do mercado. Não planear significa levar o negócio por um caminho perigoso, que certamente o encerrará. As empresas devem ter sempre o controlo de aspetos financeiros importantes como créditos, orçamentos, faturas ou compromissos de pagamento.

Esses documentos serão a primeira coisa que um administrador externo solicitará no caso da empresa estar à beira da insolvência ou da falência. Para não chegar a tanto, é preciso contratar um profissional que arrume a ordem financeira, aumente ao lucro e, acima de tudo, saiba lidar com dívidas.

Fomentar o trabalho remoto

As despesas mensais do escritório são uma das maiores que podem levar uma organização à insolvência empresarial. Os especialistas insistem: ter flexibilidade suficiente para manter uma equipa remotamente pode ser uma boa ajuda para a economia do negócio. Sempre que possível, a promoção do teletrabalho irá reduzir a fatura mensal, que pode ser utilizada noutras tarefas mais urgentes.

Hoje, a tecnologia está mais do que pronta para que os profissionais façam o seu trabalho em casa, sem perder produtividade. Adotar ferramentas ou modelos em nuvem, como aluguer de tecnologia, vai economizar muito dinheiro para as empresas. Assim deixarão de precisar de investir tanto em licenças ou hardware para cada um dos seus funcionários.

Utilizar as últimas técnicas de marketing

Marketing e vendas são duas disciplinas que caminham juntas: quanto melhor a primeira, mais a segunda cresce. Se a empresa diminuiu a sua faturação, uma das primeiras coisas a fazer é estabelecer novas estratégias de marketing com o mínimo de recursos disponíveis.

Felizmente, o marketing digital é muito eficaz e é uma das tendências mais “quentes” do mercado. Para executá-lo, as equipas só precisam de ferramentas de software e um bom banco de dados. Na Internet existem muitas informações sobre como planear e executar campanhas de marketing eficientes, com um Retorno sobre o Investimento (ROI) mais ou menos imediato para a empresa e um crescimento efetivo na faturação.

Reestruturação preventiva

A reestruturação preventiva é uma das medidas menos populares, pois pode levar à perda de empregos. No entanto, é preciso referir que esta se pode revelar altamente necessária em caso de perigo real para o negócio. Em situações de crise, o interesse dos credores e a manutenção da maioria da força de trabalho devem ser priorizados. Com efeito, a Portaria 2019/1023, de 20 de junho de 2019, da União Europeia foi criada pela necessidade de organização de um sistema unitário, bem como de um quadro de reestruturação antecipada de empresas, para isenção de dívidas e inibições de direitos.

O principal objetivo desta diretiva é que as empresas viáveis, mas em risco de insolvência, possam efetuar uma reestruturação sem obstáculos de leis nacionais internas ou outros regulamentos que ponham em risco certas liberdades. Desta forma, esta reestruturação preventiva é facilitada de forma a salvar o negócio, e com a ideia de regressar a uma estrutura pré-crise num prazo razoável.

Gestão de recursos humanos

Uma das coisas que a crise de saúde da Covid-19 tornou evidente é que existem vários mecanismos na área de recursos humanos que, embora dolorosos, podem salvar empresas. Uma delas é o lay-off, que permite às empresas receberem parte dos salários dos seus trabalhadores, em caráter temporário, por meio de apoios estatais. Este mecanismo de redução salarial também implica a modificação e redução da carga horária do funcionário.

Modelagem financeira

A modelagem financeira está intimamente ligada ao primeiro ponto sobre o controlo da dívida, uma vez que enfrenta três desafios: visão global da empresa, ferramentas técnicas de gestão e compreensão dos desafios. Em duas palavras, falamos de controlo e organização.

O profissional que se encarrega dessa tarefa deve enfrentar os problemas, as necessidades e o plano de negócios para sair da crise e não ir à falência. Para isso, esse modelador precisa de ser um especialista em questões tributárias, contratuais, técnicas, financeiras e contabilísticas, além de contar com a ajuda de outros profissionais para assessoria. A empresa pode recorrer a este profissional antes de entrar em insolvência, para que ponha em prática um plano bem elaborado com o objetivo de tentar a recuperação.

Em suma, a atual situação de crise resultou em muitos casos de insolvência empresarial devido à gestão desorganizada que muitas empresas têm vindo a arrastar há anos. Antes de chegar a uma situação de não retorno e declarar falência, a administração pode adotar uma série de medidas como reestruturações preventivas, facilitação do teletrabalho ou novas estratégias de marketing para aumentar as vendas.

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