A retenção de talento nas empresas é uma estratégia que engloba um conjunto de premissas através das quais se procura fixar pessoas que demonstrem qualidade no seu trabalho, bom desempenho e atitude. Ter pessoas assim, que também agregam valor à organização, é fundamental para qualquer estratégia de negócios. Por outro lado, os funcionários têm uma série de necessidades a serem cobertas e quanto melhor a empresa o souber fazer, mais longa será a experiência do trabalhador.
Na opinião de Eduardo Rodríguez, Diretor da Bosch Service Solutions em Espanha, “mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico que estamos a vivenciar, o verdadeiro diferencial de valor é dado pelas pessoas”.
Nesse sentido, como afirma Marianela Vargas, Diretora de Recursos Humanos da mesma entidade, “tal como uma empresa desenvolve uma estratégia para atingir os seus objetivos, esta também deve ser feita com os colaboradores, com as pessoas que a compõem. Eles têm que se sentir valorizados e saber que o trabalho que fazem no dia a dia é importante.”
As últimas tendências da área de recursos humanos focam na melhoria da experiência do colaborador, técnica que incorpora benefícios que os trabalhadores têm vindo a demandar ao longo do tempo. Para atrair e reter o melhor talento nas empresas, estas também têm tentado gerar uma imagem de marca positiva.
Para o representante da Bosch Service Solutions em Espanha, «o nosso ponto de vista é basearmo-nos na experiência dos nossos colaboradores, ouvindo-os e pedindo-lhes frequentemente que se adaptem e caminhem na mesma direção. Na verdade, juntamente com a experiência do cliente, a experiência do colaborador é um pilar da estratégia da nossa organização. E acreditamos que os nossos colaboradores são o valor diferencial para oferecer serviços de excelência com a máxima qualidade e satisfação nos utilizadores finais».
O mundo do trabalho evoluiu e as pessoas tiveram de se adaptar à nova oferta e procura. O acesso a uma boa educação sempre foi o primeiro passo para a qualificação profissional, embora hoje, com o surgimento das novas tecnologias, ter estudos não seja suficiente para ser considerado altamente qualificado no mundo dos negócios. As profissões precisam de especialização e os futuros funcionários também.
Os fatores que os trabalhadores valorizam para aceder a uma empresa, ou para permanecer nela, são muitos e variados. Destacamos os principais abaixo.
Não vale a pena alimentar enganos, o principal fator é o salário (e não o salário emocional). É isso que constitui a consideração prioritária que um trabalhador precisa para avaliar um cargo. Não é o único nem o mais importante, pois depende das circunstâncias de cada um, mas talvez constitua o núcleo sobre o qual giram os demais. A remuneração económica determina muitos aspetos das nossas vidas e, portanto, assume um papel especial que a empresa deve considerar.
Outro fator altamente valorizado é a conciliação entre trabalho e vida pessoal. Poder combinar e atender os aspetos pessoais de forma equilibrada é um benefício que os colaboradores exigem, e que embora pareça óbvio, às vezes, não é. A flexibilidade de tempo permite-nos realizar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal: não significa fazer as horas que quer ou como quer. Trata-se de poder concretizar a vida profissional sem prejudicar a pessoal.
As relações e o ambiente gerado pelas emoções daqueles que compõem aquela organização formam o ambiente de trabalho de uma empresa. Um bom ambiente de trabalho é percebido como algo muito positivo pelos trabalhadores. Afinal, é o espaço e ambiente em que temos que passar grande parte do dia e onde temos que realizar a nossa atividade profissional.
Para os especialistas da Bosch, “também é muito importante dar espaço ao pensamento crítico, para que a pessoa possa dizer o que está a pensar, possa trabalhar em equipa, tenha iniciativa e que queira sempre aprender. ”
Quando nos sentimos comprometidos e satisfeitos com o nosso trabalho, precisamos também de sentir que há oportunidades de crescimento ou movimentação dentro da organização; uma mudança que apoie as nossas preocupações e nos permita permanecer motivados.
As empresas que oferecem oportunidades de crescimento ou movimento transversal são mais valorizadas pelos trabalhadores. Estes precisam de sentir que, quando dominarem a sua posição, não ficarão estagnados e terão a oportunidade de crescer internamente.
Nessa linha, Vargas reconhece que, como resultado da transformação do próprio contexto e do novo cenário de trabalho, “temos que aprender a comunicar-nos de diferentes maneiras; percebemos que a maneira como fazíamos antes não estava a funcionar tivemos que reaprender a fazê-lo.”
A retenção de talento é um indicador que minimiza a rotatividade de mão de obra e contribui para a estabilidade e continuidade da organização, dois aspetos fundamentais para a competitividade do negócio. Mas como conseguir essa retenção? Elaborando estratégias que atendam às necessidades dos trabalhadores e que sejam atrativas o suficiente para atingir o objetivo principal.
Employer branding é a estratégia de retenção de talento nas empresas por excelência, uma das áreas de desenvolvimento e principal dedicação dos recursos humanos de uma organização. A estratégia concentra a sua atenção na imagem de marca que uma empresa gera com o objetivo de atrair e reter talentos.
A imagem da marca determina a opinião e visão de um trabalhador em relação à empresa. Uma imagem de marca positiva caracteriza-se pela transmissão dos valores que definem a empresa, o conhecimento das suas prioridades e o salário emocional que oferece aos seus trabalhadores.
Os jovens talentos tendem à rotação de funções e, às vezes, isso é desproporcional, pois nenhuma empresa atende às necessidades desses profissionais juniores. Os programas de imersão podem ajudar os jovens a conhecer a fundo as raízes de uma empresa, a sua cultura, o seu ambiente de trabalho e os seus benefícios, para ajudá-los a gerar um sentimento de pertença e compromisso que os ajude a estabilizar numa determinada posição.
Esta estratégia assenta em três pilares principais: reconhecimento, recompensa e desenvolvimento na organização. Muitos estudos afirmam que uma das principais preocupações dos funcionários é a falta de valorização do trabalho que realizam, o que pode gerar frustração.
Sentir-se valorizado e reconhecido no ambiente de trabalho é vital para podermos dar o melhor de nós mesmos e aumentar a produtividade.
O desenvolvimento e criação de oportunidades dentro da organização é também um fator motivador que os colaboradores valorizam quando chegada a altura de decidir se permanecem ou não na empresa: se sentirem que podem crescer e desenvolver-se profissionalmente ali, irão fazê-lo.
E por último, mas não menos importante, o sistema de recompensas que a organização possui determinará a decisão da pessoa em manter a sua posição ou, ao contrário, procurar uma mais bem paga e valorizada.
Existem muitas ferramentas que a organização pode usar e colocar em operação para reter os seus melhores talentos. O Employer Branding está cada vez mais presente nas organizações com o propósito de gerar um sentimento de pertença que contribua para a fidelização das pessoas.
O talento nas empresas é, sem dúvida, o petróleo do século XXI; atraí-lo e retê-lo é o grande desafio das empresas. Nas palavras dos especialistas da Bosch Service Solutions, “as pessoas são a estrada, o cérebro, o motor e o coração de uma empresa. Somos vitais para o cumprimento dos objetivos da organização”.
