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Desafios para a Educação: gestão e liderança

A APD Portugal juntou-se aos Colégios Fomento para promover uma plataforma de reflexão que procure dar resposta aos desafios da educação em Portugal. Na primeira das quatro sessões agendadas, moderada por Rui Pereira da Silva, CEO da HCCM Consulting, o tema foi “Gestão e Liderança”.

Neste encontro, lançaram-se duas questões principais:

  • O que significa verdadeiramente fazer parte de uma equipa?
  • Como educar os team-players e os líderes de amanhã?

Numa tentativa de responder às perguntas que serviram de mote para este encontro, os oradores convidados partilharam algumas das suas experiências no mercado de trabalho. As suas perspetivas sobre gestão e liderança, que levam em consideração o mundo laboral de hoje, que continua em acelerada mutação, apontam para a importância de elementos como a adaptabilidade e as soft skills.

Maria da Glória Ribeiro, fundadora e managing partner da Amrop Portugal, assinalou o quanto o mundo profissional se alterou nos últimos anos e, ainda, como se virá a alterar mais. Fatores como a robotização, a automação e a Inteligência Artificial começam a impactar de forma significativa as previsões sobre o mercado laboral. Muitas funções, até agora desempenhadas seres humanos, vão passar a ser realizadas por máquinas; vão surgir novas profissões e novas formas de organizar o trabalho; e as prioridades do passado já não vão servir para o futuro. 

Obviamente que essa alteração de prioridades se vai refletir nos processos de recrutamento. Maria da Glória Ribeiro referiu o exemplo de algumas empresas tecnológicas, como a Google e o Facebook, que atualmente recrutam os seus developers com base em testes tecnológicos produzidos internamente. Não importa se o/a candidato/a é o melhor aluno do MIT, como exemplificou.

“Se conseguirem fazer aquilo que gostam vão fazê-lo muito bem, vão ser felizes e vão fazer cada vez melhor.

Assim sendo, é importante que as gerações mais novas se preparem para um universo de profissões desafiantes e exigentes, onde o talento importa mais do que nunca. Para a representante da Amrop, isso passa, entre outros fatores, por gostar da profissão que se escolhe.

Gestão e liderança: desenvolver as capacidades certas

Para João Miranda de Sousa, partner da Garrigues Portugal, usando especificamente o exemplo de um escritório de advogados, é impossível manter todos os profissionais alinhados “num rebanho”. Uma vez que, na advocacia, os trabalhadores se movem na individualidade e não têm propriamente “patrões” no sentido mais tradicional, o apreço pela autonomia é considerável. Porém, como relembrou, trabalhar numa sociedade de avogados exige outras atitudes e compromissos que o trabalho individual dispensa.

Na sua ótica, um advogado é pago, primeiramente, para interpretar as normas; como tal, só pode ter êxito se conhecer as normas e as souber explicar. Para esse efeito, o representante da Garrigues considera que há uma série de capacidades a desenvolver e às quais os futuros advogados devem atentar, nomeadamente a capacidade de sintetizar informação complexa e de verbalizá-la de forma convincente.

Não podemos formar futuros advogados se não formos exigentes naquilo que é a leitura e a capacidade de expressão escrita e oral das ideias que temos.”

No que toca a soft skills, é necessário estar preparado para coexistir e interagir com a diferença, ou seja, com pessoas que pensam de forma muito diferente de nós, por vezes até contrária. A empatia, nomeadamente com o cliente, bem como a resiliência, a ambição e o espírito de sacrifício são, também, elementos essenciais, porque o exercício da advocacia exige um perfil humano que inclua a capacidade de trabalhar sob pressão e com muitas disputas.

gestão e liderança

Não ter medo de falhar, nem de arriscar

Francisco Lufinha, fundador da Lufinha e recordista mundial de kitesurf, teve muito a partilhar sobre paixão, até porque a adoração pelo oceano está presente em toda a sua vida profissional. No entanto, sente que o trajeto de um aventureiro é particularmente difícil em território nacional, porque a abertura para o erro é pouca.

Não ter medo de errar é algo que se deve começar a alimentar na escola. Se for cultivada uma maior liberdade para a falha, as chances de sucesso aumentam, porque o à vontade para correr riscos também será maior.

É muito difícil, em Portugal, errar.”

O atleta relembrou que ser totalmente inconsequente não é aconselhável, mas garantiu que arriscar compensa. E estando a falar para uma plateia de jovens, Lufinha enfatizou que “esta” é a altura certa para experimentar, correr riscos e cometer erros, sem ter que ponderar as responsabilidades típicas da vida adulta. Esse caminho vai auxiliar a que estes jovens descubram aquilo que realmente querem fazer profissionalmente.

O recordista mundial deixou, também, conselhos sobre a importância do networking e das pessoas de quem se fazem rodear, em todas as instituições e grupos que integram. Essa proximidade e atenção às relações que se cultivam pode vir a ser determinante no futuro profissional de qualquer jovem.

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