Lifelong learning é um conceito que está cada vez mais latente na mentalidade dos profissionais. Já o aplicou na sua estratégia empresarial?
A aprendizagem ao longo da vida nem sempre tem que ser sobre a aquisição de novas habilidades profissionais. Este é um processo que assume muitas formas, desde podcasts de especialistas a webinars e cursos online. O essencial é, no fundo, consumir conhecimento e fomentar o pensamento crítico.
Sabemos que é um conceito ainda relativamente recente, mas isso não diminui em nada a sua importância. Como tal, as estruturas empresarias, particularmente as lideranças, devem incentivar as suas equipas a procurar conhecimento e a criar espaço nas suas vidas profissionais para esse propósito. Estar “cheio de trabalho” não pode mais funcionar como pretexto para deixar passar mais uma formação, mais um webinar, mais um momento de aprendizagem.
Mesmo que os ensinamentos principais de determinada sessão não estejam focados em assuntos diretamente ligados às demandas do trabalho diário do funcionário, existem grandes vantagens em cultivar uma mentalidade de aprendizagem ao longo da vida. E esses benefícios também incluem as organizações que a promovem, porque se é unânime que vivemos numa era particularmente competitiva no mundo dos negócios, também será unânime que as respostas de cada empresa aos desafios atuais irão fazer toda a diferença nos ganhos ou nas perdas futuras.
Promover um ambiente laboral que ofereça oportunidades de evolução e de crescimento pessoal é um diferencial competitivo. Pode ser visto como uma estratégia de captação e retenção de talento, mas vai além disso, uma vez que se revela uma aposta no reskilling e no upskilling das equipas.
Através desta promoção, as organizações ficam mais e melhor preparadas para lidar com o ágil ritmo de mudança, com as novas tecnologias e com episódios de crise imprevistos (como foi o caso da pandemia COVID-19). Mas também ficam mais aptas a oferecer soluções competitivas, com maior valor, e mais inovadoras, tecnológicas e disruptivas.
Uma vez que a própria organização deve criar condições para que exista tempo e motivação, durante o decorrer do horário laboral, para estas atividades, é importante assinalar que as lideranças não podem ficar de fora. Não se trata apenas de uma questão de “dar o exemplo”. A hierarquia das empresas deixou de ser tão verticalizada, e isso significa, entre muitas outras coisas, que a direção se envolve mais com a cultura da organização, em vez de apenas ditá-la. Além disso, é absolutamente essencial que os dirigentes se desafiem e queiram apurar e aumentar os seus conhecimentos.
Embora o cérebro não seja um músculo, sabemos que, quanto mais estimulado for, melhor se irá comportar perante outros estímulos menos voluntários — como uma situação de crise. Portanto, quando transversalmente aplicada numa estrutura organizacional, a mentalidade do lifelong learning possibilita que mais pessoas queiram contribuir com soluções. E, certamente, possibilita que essas soluções sejam cada vez melhores e mais inovadoras.
É previsível que nem todos os integrantes das equipas queiram aprender as mesmas coisas. O facto de pertencerem ao mesmo departamento não significa que as suas opções formativas sejam homogéneas. Como tal, os líderes devem procurar estar a par daquilo que os trabalhadores querem aprender, através de questionários periódicos, ou até de breves entrevistas. E é melhor que se preparem-se, porque as preferências podem não ter nada a ver com a área laboral que aquela pessoa pratica, na empresa, naquele momento.
Da mesma forma que a educação deve ser a grande aposta dos governos para assegurar a prosperidade das populações, a aprendizagem ao longo da vida tem o mesmo peso para as empresas.
