Opinión

Saída da crise em Portugal: Um otimismo racional e razoável, apesar da conjuntura

Ainda é difícil fazer previsões sobre o impacto real da atual crise. Portugal enfrenta valores record de quedas na produção, todavia, tudo aponta para que esta recessão seja seguida, a curto prazo, de um aumento mais ou menos significativo. A evolução da pandemia a nível global, o alcance das medidas de reativação da economia e as medidas concretas para setores críticos como o turismo, marcarão os tempos e o vigor da recuperação.

PORTUGAL, A EXCEÇÃO DO SUL

A Comissão Europeia espera que a Zona do Euro caia 7,7% este ano e recupere 6,4% no próximo. O golpe será mais difícil nos países do sul do continente, mas Portugal destaca-se, neste caso, como a exceção. A queda na produção presume-se que será de 6,8% em 2020, abaixo da média europeia, longe das reduções de 9% a 10% em economias como Itália, Espanha ou Grécia.

A grande maioria das estimativas dos principais organismos e centros de investigação, públicos e privados, corrobora esta linha de otimismo em termos comparativos, no entanto teremos ainda de esperar para esclarecer algumas das principais incógnitas no futuro.

DIFERENTES EXPECTATIVAS POR SETOR

É necessário ter em linha de conta que o setor industrial depende, em muitos casos, de cadeias de produção e distribuição complexas. Deste modo, uma evolução desigual da pandemia em todo o mundo pode gerar novos obstáculos em certos mercados, podendo assim afetar a sua recuperação. Por outro lado, a demanda de setores exportadores de grande relevância para o nosso tecido empresarial, como é o caso da indústria têxtil ou automóvel, poderá levar o retorno da atividade a níveis pré-crise, caso a recuperação dos mercados internacionais seja rápida e sincronizada.

Uma evolução desigual da pandemia em todo o mundo pode gerar novos obstáculos em certos mercados

Outra das chaves para alcançar as expectativas de recuperação está na evolução do turismo, tanto a curto como a médio prazo. Este setor representa mais de 8% do PIB português e tem sido um dos principais motores de crescimento económico nos últimos anos. É um dos setores mais afetados pela atual crise e o seu modelo de desenvolvimento futuro é agora mais incerto. Pressupõe-se que a sua recuperação seja posterior à dos outros setores, contudo é vital reativar a procura.

As atividades da construção e imobiliário foram também afetadas desde o primeiro momento e é expectável que sejam as atividades com a recuperação mais significativa nas últimas fases da reativação da economia, à medida que as restantes regressam à normalidade.

O EMPREGO DEPENDENTE DO TURISMO

No que se refere ao emprego, todas as previsões apontam para um aumento abrupto do desemprego em 2020, estimando-se que possa atingir os 10% no final do ano, muito acima dos 6,6% com que terminou 2019. O desemprego na fase inicial concentrar-se-á no setor dos serviços. Nesta linha de pensamento, o crescimento subsequente dependerá, em larga medida, da reativação progressiva do turismo e restauração, tornando-se essencial a normalização do fluxo de turistas estrangeiros em certas zonas do país.

No caso de não existirem novos surtos da pandemia ou descoberta de uma cura eficaz para a Covid 19, o ano de 2021 registará uma sólida recuperação com altas taxas de contratação e uma taxa de desemprego abaixo de 8% no final do ano.

A IMPORTÂNCIA DE AJUSTAR DEVIDAMENTE OS ESTÍMULOS

Paralelamente deveremos ter em atenção os planos de recuperação estabelecidos por Bruxelas. A força das políticas de reativação dependerá da sua dimensão e estrutura, bem como da capacidade de manter níveis aceitáveis ​​de endividamento público que não comprometam a recuperação económica. De qualquer forma, e contrastando o ligeiro superávit alcançado em 2019, o déficit público deverá exceder os 8% este ano, não baixando os 4% nos próximos dois anos. Por sua vez, a dívida pública irá disparar para um intervalo entre 125% e 135%, voltando ao intervalo máximo registado entre 2013 e 2016.

O golpe será mais difícil nos países do sul do continente, mas Portugal destaca-se, neste caso, como a exceção

UM NOVO CENÁRIO

Esta crise é de dimensão histórica no que concerne ao seu impacto e características, pelo que, ao mesmo tempo, a sua natureza permite-nos prever uma reativação invulgarmente célere e dinâmica. Com a máxima prudência que a situação exige e com um otimismo realista, podemos esperar que 2022 seja o ano em que deixamos a crise para trás. Tudo dependerá do ritmo de controlo da pandemia a nível global e da eficácia das políticas de estímulo e apoio às empresas, a nível nacional.

Com a máxima prudência que a situação exige e com um otimismo realista, podemos esperar que 2022 seja o ano em que deixamos a crise

De qualquer forma, esta crise pode provocar relevantes mudanças tecnológicas e organizacionais, a partir das quais aparecerão novos nichos de desenvolvimento. Por sua vez, é também provável que o padrão geográfico das cadeias de produção atuais se altere na procura, em muitos casos, de novos locais com menor risco de contágio, representando uma oportunidade para Portugal.

Na NORTEMPO, apoiamos as empresas para que a recuperação seja o mais rápida possível. Somos especialistas na gestão integral de recursos humanos, com mais de 30 anos de experiência nos principais setores de atividade do país e, agora, mais do que nunca, estamos ao seu lado. Quando uma crise termina, não nos mantemos iguais, mas certamente acabaremos por nos tornar melhores. Na NORTEMPO, queremos transmitir coragem e demonstrar todo o nosso compromisso.

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